Missão Tianwen-1
A missão Tianwen-1, da China, segue viagem com destino a Marte e deverá entrar na órbita do planeta nesta quarta-feira, 10 de fevereiro. Enquanto isso não acontece, a sonda fez sua primeira foto do Planeta Vermelho, que foi divulgada no final da semana passada pela agência espacial China National Space Administration (CNSA).
A foto preto e branco foi publicada no site da agência espacial e mostra algumas formações geológicas do planeta, como a cratera Schiaparelli e os grandes cânions de Valles Marineris, que se estendem por mais de 4 mil quilômetros. A imagem foi feita a cerca de 2,2 milhões de quilômetros de distância de Marte; agora, segundo a CNSA, essa distância já foi reduzida para 1,1 milhão de quilômetros.
Em comunicado, a CNSA disse que a sonda está estável e deve desacelerar por volta de 10 de fevereiro, entrar em órbita e pousar na planície Utopia, no Hemisfério Norte de Marte, em maio.
“O local fica na encruzilhada de vários oceanos antigos”, explicou. “Os cientistas acreditam que o local tem grande valor científico e é provável que alcance resultados inesperados”, descreveu.
A Tianwen-1 está no espaço há quase 24 semanas e estava a cerca de 81 milhões de milhas (130 milhões de quilômetros) da Terra e a 5,15 milhões de milhas (8,3 milhões de quilômetros) de Marte no dia 3 de janeiro, horário de Pequim, de acordo com a agência espacial chinesa. A distância entre a Terra e Marte depende das órbitas de ambos os planetas e pode variar entre 55 milhões e 400 milhões de quilômetros.
O diretor da Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China, Bao Weimin, disse que a desaceleração vai ser crucial para o sucesso da missão porque, se falhar, será uma “nave perdida” no sistema solar. “Durante a operação, os sistemas de orientação, navegação e controle desempenharão os papéis principais, pois serão responsáveis por calcular e ajustar cada manobra”, afirmou Bao.
A nave já realizou três correções de meio curso e uma manobra orbital no espaço profundo, de acordo com o jornal oficial Diário do Povo.
A grande distância entre a Terra e Tianwen-1 significa um atraso de comunicação, à velocidade da luz, de cerca de dez minutos. Isso porque é impossível o controle da sonda em tempo real. O equipamento recolhe as informações e ordens de execução enviadas da Terra, e realiza as manobras após o computador de bordo reconhecer os comandos.
Após entrar em órbita, a Tianwen-1 deverá preparar a tentativa de pouso do rover da missão. O orbitador começará a localizar o principal local de pouso pré-estabelecido, dentro da enorme bacia de impacto Utopia Planitia, ao sul do local de pouso Viking 2 da Nasa, a agência espacial norte-americana. Esta manobra não será realizada logo após a chegada. De acordo com a CNSA, a aterrissagem só ocorrerá em maio.
Se tudo correr como o previsto, o rover Tianwen-1, de cerca de 240 quilos e alimentado a energia solar, investigará as características da superfície e a distribuição potencial de água-gelo com seu instrumento Radar de Exploração de Subsuperfície. O rover chinês também analisará a composição do material da superfície e as características do clima marciano e do ambiente.
A agência espacial do país asiático tem pelo menos mais três missões desse tipo programadas: a exploração de asteroides, por volta de 2024; outra missão a Marte para recolher amostras, em 2030; e uma missão de exploração, no mesmo ano, a Júpiter.
Nos últimos anos, Pequim investiu intensamente em seu programa espacial e, em janeiro de 2019, a sonda lunar Chang'e 4 pousou no lado oculto da Lua, não visível da Terra, um marco nunca alcançado na história da exploração espacial.
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